quarta-feira, 22 de abril de 2009

Lua em Plutão, Marte na casa 3

Não sei qual foi a configuração astral na qual fui concebido, mas, francamente, vai tomar no cu. São cinco anos agora. Cinco anos de manifestações afetivo-sexuais, desde que eu beijei a primeira pessoa até esse momento. Cinco anos de relacionamentos de microondas, de fodinhas marcadas, de primeiros encontros fascinantes, de segundas semanas geladas, de ligações caindo na caixa postal, uma após a outra, sem ser atendido nem ter a ligação retornada.

Parece que nado contra a corrente. As pessoas calmamente se deliciam na via expressa da putaria generalizada, do amor fast-food, das palavras contidas, do sexo sem conversa. E eu ali, aflito, sem saber como lidar com essas coisas, sempre entrando de cabeça nos relacionamentos – geralmente sem medir a profundidade da piscina e batendo a cabeça no fundo.

Como lidar com tudo isso? Como conhecer a pessoa, fodê-la, pegar um ônibus de volta e marcar mais um ponto no grande score do jogo do sexo casual? Como conseguir não se envolver, apaixonar-se, tentar entender? Há realmente uma pré-disposição geral para bloquear toda a humanidade na pessoa e vê-la somente como boneca inflável?

Espero, espero muito, que eu não seja vítima do revanchismo. Que eu não faça, na primeira oportunidade, aquilo que me fazem com freqüência. Que não passe adiante essa visão totemizada do sexo, o culto ao falo, a desvalorização da pessoa enquanto indivíduo.
E quando digo isso, por favor, não entenda como uma idealização do relacionamento, uma volta ao romantismo. As minhas expectativas são bem reais, e eu as encontro de vez em quando, inusitadamente, prova de que eu não estou variando aqui.

Não sei qual foi a configuração astral na qual fui concebido, mas, francamente, vai tomar no cu. Que me desse a safadeza, mas não acompanhada de consciência. Ou o contrário. Em ambos os casos, foda-se a astrologia.

I'm not like the girls that you've known
But I believe I'm worth coming home

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